sábado, 11 de janeiro de 2014

Ariel Sharon está morto. Um carniceiro a menos no mundo. Mais um obituário com hurras.



Ariel Sharon, o carniceiro, está morto. Vai tarde, muito tarde. Soma-se ao panteão dos canalhas que nos fazem relembrar imediatamente o poema que o uruguaio Mário Benedetti escreveu em homenagem à Ronald Reagan, mas se encaixa muito bem em todos os grandes canalhas. Sharon é um deles. Vamos festejar todos. Mais um canalha está morto.

OBITUÁRIO COM HURRAS

Vamos festejar
venham todos
os inocentes
os maltratados
os que gritam de noite
os que sonham de dia
os que sofrem do corpo
os que alojam fantasmas
os que pisam descalços
os que blasfemam e ardem
os pobres congelados
os que gostam de alguém
os que nunca se esquecem
vamos festejar
venham todos
o crápula morreu
se acabou a alma negra
o ladrão
o indecente
se acabou para sempre
hurra
que venham todos
vamos festejar
a não dizer
a morte
sempre apaga tudo
tudo purifica
qualquer dia
a morte
não apaga nada
ficam
sempre as cicatrizes
hurra
morreu o cretino
vamos festejar
a não chorar de vício
que chorem seus iguais
e engulam suas lágrimas
se acabou o monstro prócer
se acabou para sempre
vamos festejar
a não ficar mornos
a não crer que este
é um morto qualquer
vamos festejar
a não tornarmos frouxos
a não esquecer que este
é um morto de merda.

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