terça-feira, 29 de maio de 2012

Sobre o que é e o que não é a #marchadasvadias e porque a esquerda socialista deve ser contra.


Na noite anterior à realização da edição 2012 da marcha das vadias publiquei o post "porque sou contra a #marchadasvadias" partindo de uma reflexão que a marcha nem é de esquerda, nem deveria ser reivindicada pela esquerda, em especial a dita socialista. Passado o fim de semana e publicados os primeiros posts e fotos da marcha eis que sobram referências às participações do PSOL e do PSTU nas marchas em todo o país. O movimento mulheres em luta da CSP-Conlutas, central ligada ao PSTU, chegou inclusive a convocar a participação, o que faz necessário no mínimo uma análise um pouco mais cuidadosa sobre a marcha das vadias e assim ter a clareza se o evento merece ou não ser fortalecido.

A marcha como muitos de seus defensores divulgam é uma iniciativa para "resignificar" o termo vadia afirmando que "se ser livre é ser vadia somos todas vadias". O mote central é a questão da liberdade sexual com muitas placas, cartazes e corpos pintados com "meu corpo, minhas regras", "ei machista, meu orgasmo é uma delicia", "eu escolho com que eu trepo", "nem puta, nem santa, livre" e um infindável número de consignas e "refrões" do mesmo estilo. O público notadamente tem sido de jovens universitárias e setores femininos da classe média, dificilmente se consegue perceber algum setor mais prole nas marchas em todo o país. O tema da violência contra a mulher está pautado mas praticamente como um pano de fundo para o ator principal que é o "direito ao corpo". E é claro que a sociedade que vivemos nega o direito ao próprio corpo, e não se engane, inclusive para os próprios homens. É o que chamamos de alienação. Somos todos aliendados de descobrir quem somos ou o que podemos ser em absolutamente todos os aspectos. Mas existem sim aqueles a quem o "direito de ser" é ainda mais negado, e entre eles estão as mulheres. Sim, isso é real.

Mas precisamos ir mais a fundo para entender o que é e o que não é a marcha. Comecemos com a composição social que citamos antes: estudantes universitárias e setores femininos da classe média, ou seja, setores não proles. E sendo assim, nada mais justo que a marcha expresse as ideias e ideais das classes que a compõem e que a dirigem, a classe média, ou para quem preferir, a chamada pequena-burguesia. Nada mais justo que a bandeira seja, o direito ao corpo. Afinal esses setores não precisam de creche, emprego digno, aumento de salário mínimo. Nada disso. Precisam que a sociedade aceite o direito dessas mulheres exercerem o poder sobre seu próprio corpo, de vestirem o que quiserem e transarem com quem quiser na hora que quiserem. Isso é o central na marcha. Todo o resto não passa de simples coadjuvante.

É exatamente por isso que a tarefa fundamental posta pela marcha é a de "resignificar" a palavra vadia. Torná-la sinônimo de mulheres que sabem o que querem e que não estão aí pra seu ninguém porque ninguém tem nada a ver com isso. Agora, alguém honestamente acha que com isso a violência contra a mulher diminuirá um milímetro que seja? É claro que não, né? Mas isso por si só não invalida essa tarefa por mais que ela seja absolutamente sem sentido. O fato é que a demanda de mudar o significado de uma palavra não moverá a maioria das mulheres em nenhum lugar do mundo. Ela não encontrará eco nas imensa maioria das donas de casa que precisam é do fim do trabalho doméstico. Não tocará os corações das mães mais pobres (que são a maioria das mães) pois elas precisam mesmo é de creche. Ela não encontrará identidade nas operárias que precisam de salário igual pra trabalho igual, fim do assédio no trabalho, aumento do salário mínimo, e um largo etcétera. Nem muito menos moverá as próprias vítimas de violência que precisam de abrigos e leis mais duras contra seus agressores. Nada disso é a pauta central da marcha das vadias. Quem quiser acreditar que é que acredite mas simplesmente está se enganando. E vindo da esquerda socialista, infelizmente está ajudando a enganar os que nela confiam.

Por ser uma marcha da classe média ela não consegue enxergar o capitalismo como inimigo e sim a sociedade machista patriarcal. E já que o problema é com "a sociedade" o enfrentamento é com tudo e todos e ao mesmo tempo com ninguém. Não há porque por exemplo exigir ou enfrentar os governos de plantão. Não é a toa que o ponto alto da marcha na capital federal tenha sido o enfrentamento com um machista que ousou falar o que não devia a algumas participantes. Foi acuado, posto pra correr e preso. Mereceu. Mas é de um triste simbolismo que exatamente na cidade que é o coração do poder político no país tenha sido esse o principal acontecimento. E a Dilma, gente?

Por fim, para não perder a oportunidade gostaria de citar mais uma vez Lenin em sua conversa com Clara Zetkin, imaginando que de alguma forma isso deixe ao menos a dúvida em muitos socialistas honestos que defendem e participaram da marcha. O velho Ulianov após defender a necessidade de um forte movimento internacional de mulheres repreendera Zetkin por não ter impedido que o partido alemão dedicasse seu tempo e energia em debater com as operárias o quanto as relações sexuais e o matrimônio eram peças de museu, com o que Clara após justificar-se, concordou. Segue o trecho:
A que conduz, na final das contas, esse exame insuficiente e não marxista da questão? Ao seguinte: a que os problemas sexuais e matrimoniais não sejam vistos como parte da principal questão social e que, ao contrário, a grande questão social, apareça como parte, como apêndice do problema sexual. A questão fundamental é relegada a segundo plano, como secundária. Isso não só prejudica a clareza da questão, mas obscurece o pensamento em geral, a consciência de classe das operárias.

Outra observação, que não é inútil. O sábio Salomão dizia: cada coisa a seu tempo. Peço-vos responder: é precisamente este o momento de manter ocupadas as operárias, meses inteiros, para falar-lhes do modo como se ama ou se é amado, do modo como se faz a corte ou se aceita a corte entre os vários povos, tanto no passado, como no presente e no futuro? E é isso que se denomina orgulhosamente de materialismo histórico?
Bem, depois de tudo isso dito e depois de recorrer pela segunda vez a Lênin, tenho absoluta clareza que muitos seguirão defendendo que a participação na marcha e a luta pela resignificação são importantes até porque participam sim mas de uma forma "diferente". Bom, eu honestamente espero que ao menos para alguns tenha ficado no mínimo a dúvida para que dela possa quem sabe nascer a correção dessa infeliz política.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Porque sou contra a #marchadasvadias

A marcha das vadias que acontece nacionalmente neste dia 26 de maio praticamente é reivindicada por todos os setores da esquerda brasileira e rechaçado obviamente por todas as matizes e espécies de direitosos de plantão. Aos poucos a manifestação vem se tornando um divisor de águas. É contra a marcha? É de direita. É a favor dela? É de esquerda. A coisa é tão de um jeito que é cada vez mais comum ver perfis de militantes e ativistas de organizações socialistas como o PSOL e até mesmo do PSTU reivindicando o evento. Bem, não sou a favor da marcha e sou daqueles que pode se dizer que são de esquerda sem nenhuma concessão. E me permitam, ou não, não me somarei ao coro dos que chamam a fortalecer essa iniciativa como se ela tivesse o mesmo caráter da marcha da maconha ou das marchas do dia do orgulho gay. Não enxergo assim. E vejo na verdade com tristeza, o 8 de março ser esvaziado em especial de conteúdo, enquanto a marcha ganha força.

A primeira sluts walk ocorreu ano passado, 2011, no Canadá e teve como motivação a justa e necessária resposta à forma como a polícia vinha tratando os inúmeros casos de abuso sexual na Universidade de Toronto. O policial Michael Sanguinetti indicou como forma de combater a violência, que "as mulheres evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas". Como resposta a essa declaração nojenta e absurda, 3000 pessoas ocuparam as ruas de Toronto com cartazes reivindicando, digamos assim, "o direito de ser vadia". Rapidamente várias outras marchas foram ocorrendo mundo afora e em 2012 chegam agora à sua segunda edição.

Antes de mais nada é fundamental condenar e combater qualquer argumento que responsabilize a vítima pela violência sofrida por seu agressor. Estupidez da estupidez do estilo "se você se veste como vadia deve ser tratada como uma vadia". Nunca uma roupa, maquiagem, postura, ou modo de agir, pode ser considerada como um convite do tipo "sou toda tua, me pegue e me come agora". Combater essas ideologia imunda é sim uma tarefa de todos aqueles que se dizem de esquerda.

Agora uma coisa é combater duramente as ideias e argumentos machistas e até mesmo achar justa a marcha canadense de 2011. Outra coisa é passar a defender o "orgulho de ser vadia" porque a sociedade machista chama de vadia mulheres que defendem o direito à liberdade sexual. Ora essa, a sociedade racista chama negros de "neguinhos de merda" e gays de "aberrações sexuais" e nem por isso, negros e gays precisam ou muito menos devem agitar o "orgulho de ser um 'neguinho de merda' ou de ser uma 'aberração sexual'". É absolutamente sem sentido exportar a marcha canadense de 2011 para fora de seu contexto no espaço e no tempo.

Mais estranho ainda é afirmar a busca irrefreável pela liberdade sexual como uma das bandeiras fundamentais da esquerda. Isso não é assim. Pelo contrário, ela é via de regra uma reivindicação de classe-média, ou para os mais marxistas, uma reivindicação pequeno-burguesa. Nada melhor do que ler o que escreveu Clara Zetkin sobre Lênin e o Movimento Feminista para perceber isso. Nas notas de seu diário a comunista alemã relata sua conversa com o revolucionário russo onde entre outros assuntos ele versa sobre a obsessão do movimento feminista alemão sobre a questão da sexualidade.
Desconfio daqueles que estão absorvidos constante e obstinadamente com as questões do sexo, como o faquir hindu com a contemplação do próprio umbigo.

Parece-me que essa abundância de teorias sexuais, que não são em grande parte senão hipóteses arbitrárias, provém de necessidades inteiramente pessoais, isto é, da necessidade de justificar aos olhos da moral burguesa a própria vida anormal ou os próprios instintos sexuais excessivos e de fazê-la tolerá-los.

Esse respeito velado pela moral burguesa repugna-me tanto quanto essa paixão pelas questões sexuais. Tem um belo revestimento de formas subversivas e revolucionárias, mas essa ocupação não passa, no fim das contas, de puramente burguesa.
É preciso dizer algo mais?

Diante da divisão que já citei que ou se é de esquerda ou se é contra a marcha das vadias, prefiro ficar com Lenin, Clara Zetkin e as mulheres trabalhadoras, sendo de esquerda e contra a marcha.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Vem aí o primeiro casamento gay nas histórias em quadrinho #homofobianão


Pra falar a verdade não é bem o primeiro casamento gay dos quadrinhos. Já em 2002 Apollo e Midnighter casaram-se na revista The Authority da DC Comics com direito inclusive a um super-beijaço. Ainda assim podemos dizer que é o primeiro casamento homossexual com grande destaque já que será de um dos integrantes de uma das equipes de superseres mais populares do mundo dos quadrinhos: os X-men. O noivo famoso é o canadense Jean-Paul Baubier, o Estrela Polar, que pedirá a mão de seu antigo parceiro em casamento na edição 50 da revista "Os surpreendentes X-men" e já marcará o casório para a edição 51 da revista, prevista para ser lançada em 20 de junho deste ano.

Esse é um passo importantíssimo no mundo dos quadrinhos e a Marvel merece aplausos pela ousadia. É claro que não faltarão "defensores da moralidade e dos bons costumes" temerosos com o papel "nefasto e devastador" dessa HQ sobre a formação do caráter e da personalidade de crianças e adolescentes. Vale registrar que via de regra as primeiras histórias de heróis apresentavam mulheres como vítimas ou coadjuvantes e negros muitas vezes nem sequer como isso. Felizmente o mundo dá voltas e já é possível encontrar vários títulos tendo mulheres e negros à frente. Já a questão da homossexualidade, apesar de um outro personagem que tenha assumido sua orientação, segue sendo tratada como um verdadeiro tabu. E é exatamente por isso que é preciso divulgar e prestigiar a iniciativa da editora estadunidense.

Quanto aos cavaleiros da moralidade assustados com a novidade é bom dizer que não será uma HQ que tornará quem quer que seja gay, mas com certeza ela poderá ajudar a ensinar um pouco mais de tolerância entre seus leitores.

Chico Bento se junta à turma dos famosos pelo #VetaTudoDilma


Maurício de Sousa publicou hoje na sua conta no twitter e já está sendo veiculado nas redes sociais e principais canais online da grande mídia o pedido da turma do Chico Bento pra que a Dona Dirma vete o código florestal. Muito bacana a iniciativa do Maurício e temos todos é que divulgá-la. Então não deixe a turma do Chico Bento fazer o pedido em vão.

Mano Brown: Eles querem "limpar", sumir com o problema e não resolver.


Muito boa a entrevista de Mano Brown concedida à TV Folha por ocasião da gravação do clipe Marighella na Ocupação Mauá no último dia 17. O rapper fala sobre vários temas começando pelo apoio à ocupação e a questão da moradia, passando pela relação do centro com a periferia e até mesmo sobre a Comissão da Verdade. A entrevista completa pode ser lida aqui e abaixo segue video de divulgação da TV Folha. Vale conferir.

sábado, 19 de maio de 2012

Chupa! Foda-se! Vai dar esse cu!


A ofensa faz parte do dia a dia de qualquer bom cidadão na face da terra e quem disser o contrário ou vive em um país das maravilhas ou simplesmente está mentindo. Ofender é afrontar, é não aceitar o que se passa, e seu produto, a ofensa, está presente em todo o canto, seja nas coisas mais simples do dia a dia como o trânsito, a partida de futebol, a bronca tomada do patrão e uma mera topada, ou nas mais complexas como o ato de mostrar a bunda como forma de protesto feito normalmente por jovens do movimento estudantil ou mesmo os seios desnudos das loiras ucranianas do movimento Femen pela Europa adentro.

O conhecido "filho da puta" disparado contra os árbitros e suas pobres mães nos estádios de futebol são a verbalização do não engolir o gol roubado, o pênalti concedido, a falta não marcada ou quem sabe marcada indevidamente contra seu time do coração. E ja reparou quando finalmente vem o gol? Se veio do outro time é uma chuva de palavrões. Mas quando não… aí é um verdadeiro gozo e é claro que é preciso celebrá-lo. Acompanhe o twitter em dia de jogo no momento de um gol naquelas partidas disputadíssimas e tente contar a quantidade infindável de "Chupa!" disparados contra o adversário goleado para entender que a ofensa não é uma arma somente para os maus momentos. Não basta ganhar. É preciso humilhar o inimigo derrotado. Afinal que graça tem meu time ganhar se não puder sacanear o time arqui-rival, inimigo de todas as horas? Né verdade?

A ofensa, além da versão falada, também pode vir gesticulada como o internacionalmente conhecido dedo médio em riste, o cotoco, um verdadeiro símbolo de contestação normalmente apontado para o outro como uma arma onipotente e indestrutível. Nas mãos de quem sabe usá-lo acaba virando mesmo uma arma e que o diga o rapper Emicida, preso por usá-la em defesa dos moradores da comunidade Eliana Silva desabrigados pela polícia mineira.

Mas antes que me interpretem mal, este não é um elogio à ofensa na forma de gesto, ato ou palavrão. Não. Pelo menos não aos que estamos acostumados a ver, ouvir, falar e fazer. Na verdade prefiro confrontá-los. Por uma simples razão: não aceito que se alimente a ideia de que sexo violento é normal, usual e popular. Assim como não aceito que se relacione o preto com tudo que é ruim, não aceito que se relacione sexo como forma de agredir o outro. Por que raios "foder" tem que ser algo ruim? Por que mandar "tomar no cu" quem nos incomoda? Por que disparar o "chupa" na cara de quem se quer humilhar? Sexo é algo tão degradante e humilhante assim comparável a mandar alguém à merda? Ou quando disparamos as ofensas contra nossos desafetos estamos querendo que eles sofram "se fodendo", "dando o cu" ou "chupando"? Se é pra necessariamente ser sofrido e humilhante estamos admitindo que o sexo possa ser usado como violência contra os que nos desagradam? É isso? Se for, honestamente estou contra.

Que tal pensar nisso da próxima vez que for ofender alguém, hein? Fica a dica.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mundo caótico é? Aqui tá #sussa, #sussa. #mtoloco

Definitivamente a ex-parlamentar do PPS Soninha Francine decidiu virar uma personalidade na internet com suas incursões estapafúrdias no Twitter. No começo do ano foi seu tweet afirmando que os moradores do Pinheirinho eram "criminosos tentando tirar vantagem da situação". Lembra disso? No último dia 16/05 a mulher resolveu comentar sobre o acidente entre os trens do metrô em São Paulo. Seu novo tweet foi algo no mínimo muito louco (#mtoloco como twittou ela). Fazendo pouco dos que falavam em caos na cidade, Francine disparou que onde ela estava não viu nada. Tava tudo sussa.

A louca rapidamente foi pros Top Trends e virou motivo de chacota nacional. O pessoal do R7 preparou uma série de montagens com a tuiteira desajuizada comentando desastres mundo afora. Confere aí e fique #sussa. Falou?











quarta-feira, 16 de maio de 2012

Mayara Petruso condenada por ofensa e incitação de violência contra nordestinos #tomoupapuda #MereceCadeia


É isso mesmo o que você está lendo na imagem. A nazi-estudante de direito Mayara Petruso resolveu expressar sua chateação com a derrota de seu candidato à presidência, o tucano José Serra, para a petista Dilma Roussef, com um tweet, segundo ela "inofensivo" que simplesmente sugeria "matar um nordestino afogado". Somente isso. É preciso matar nordestinos porque afinal de contas eles não são gente mesmo. São tipo uma praga que empesta São Paulo e precisa ser dedetizada. Algo assim. Nada demais não é mesmo?

Bem... a Justiça de São Paulo felizmente viu sim muita coisa demais. Mayara foi condenada hoje, dia 16/05/2012, a 1 ano, 5 meses e 15 dias de reclusão por seu "inofensivo" tweet. No fim das contas ela não vai ser presa coisa nenhuma e somente vai prestar serviços comunitários, mas uma coisa é certa, ela vai pensar 10 mil vezes antes de deixar escorrer seu ódio racista pelo canto da boca daqui pra frente. E nada mais justo que nós a façamos se sentir ainda mais envergonhada por seu crime. Portanto, faça um favor  ao Brasil: divulgue ao máximo a condenação de @mayarapetruso.

Leia aqui a notícia da condenação da twitteira racista.

domingo, 13 de maio de 2012

Prisão de @emicida em BH por colocar o #dedonaferida fortalece a rima "Homens de farda são maus"


Esse é a democracia do Brasil. Você pode até colocar o dedo na ferida e dizer que homens de farda são maus. Dizer você diz, só que depois vai preso. No fim das contas o episódio só deixa claro que essa é mesmo a terra onde "Carniceiros ganham prêmios na terra onde bebês respiram gás lacrimogêneo".

Solidariedade completa ao rapper Emicida!
Exoneração do idiota que deu a ordem de prisão!

* Atualizado às 22:08, do dia 13/05/2012.

Segue a foto do emicida na delegacia. (via @karolguns)


* Atualizado às 22:37, do dia 13/05/2012.

Emicida em liberdade. Finalmente.


Capitalistas: Vosotros sois los terroristas (via @UlianovVladimir)


A democracia não faz distinção de idade em Rondônia. Foi grevista, tome peia. (via @rondoniagoranet)


Aconteceu nesta sexta-feira, dia 11 de maio, em Porto Velho, Rondônia. A polícia foi exercer seu "legítimo direito" de prender as lideranças dos movimentos sociais sem identificar-se nem explicar o motivo e sem mais nem menos, os servidores da saúde em greve resolveram resistir. Sem opção alguma os homens da lei fizeram uma "belíssima" demonstração de que em Rondônia a democracia não faz distinção de idade e partiu pra cima de um manifestante de 68 anos e outro de 62. Um saiu com ferimento na cabeça e o outro com o braço quebrado. Isso é que é aula de democracia na prática no melhor estilo "coronel Nascimento".

Sarcasmos à parte, adorei ver os servidores se metendo na frente da polícia para evitar que um dirigente fosse preso. Parabéns aos trabalhadores da saúde pela demonstração de coragem e de solidariedade de classe.

Segue o video:

Não existem "raças" entre seres humanos (#charge de @LaerteCoutinho1) #RacismoNão


sábado, 12 de maio de 2012

Uma situação revolucionária explicada na prática pelos gregos #GreekRevolution #EuropeanRevolution


Os ruralistas não sabem o que é trabalho escravo (#charge de Alecrim) #TrabalhoEscravo


Mais charges de Alecrim aqui.

Era uma universidade muito engraçada, só tinha greve, não tinha aula... #greve #greveUERN #RosalbaTemCulpa

Alguns alunos da UERN fizeram um video parodiando "A casa" de Vinicius de Moraes falando sobre a greve da universidade estadual deflagrada no início de maio. Muito bacana a iniciativa da rapaziada e em especial por responsabilizarem não os professores e sim a governadora Rosalba. Segue video e letra.



Era uma universidade muito engraçada,
Só tinha greve, não tinha aula
Ninguém podia estudar nela não
Porque a Rosa não abria a mão
E o pior quando essa acabar
Daqui a meses outra chegará
E ninguém vai no prazo se formar
Tudo isso deixa o curso irregular
E essa Rosa, sem nenhum esmero
Pra educação da verba zero

Via +Fernando Andrade.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Trotskistas se esbaldavam nos prostíbulos do Brasil em 1911 e tiraram a virgindade de Ho Chi Minh?


Saiu em alguns jornais nos últimos dias a notícia de que Ho Chi Minh perdeu a virgindade lá pelos idos de 1911 no Brasil quando o navio francês em que o vietnamita trabalhava como cozinheiro aportou no Rio de Janeiro (veja aqui e aqui) . Segundo o que nos conta a "notícia" a proeza de ajudar a "tornar homem" o futuro líder revolucionário teria cabido a um grupo de trotskistas que teria apresentado ao rapaz as "delícias da vida" em uma zona de baixo meretrício.

Originalmente o assunto me chamou atenção pelo fato de trotskistas brasileiros serem clientes de prostíbulos o que embora seja absolutamente possível é uma contradição das mais absurdas na medida em que o próprio Trotsky dizia por exemplo que seria "imperdoável falar do triunfo do socialismo enquanto subsista a prostituição". (ver A Revolução Traída)

Mas eis que reparei com mais cuidado na data da visita do vietnamita ao Brasil que ao que consta ocorreu mesmo no ano de 1911. Bem, ou os trotskistas inventaram uma máquina do tempo ou a informação de que eles foram os grandes colaboradores da perda da virgindade de Ho Chi Minh é pra lá de estapafúrdia. Por que? Porque não existiam trotskistas em 1911 em lugar nenhum do mundo, quanto mais no Brasil. Nem o próprio Davidovich era trotskista nessa época. Até 1911 os revolucionários de todo mundo estavam nas fileiras da II Internacional, a primeira guerra mundial não havia dado ainda sequer seu primeiro tiro, os mencheviques e os bolcheviques na Rússia czarista, embora divididos, estavam ainda sobre a mesma bandeira do POSDR. Enfim, não existia o "trotskismo".

Fiz um esforço então para tentar verificar se àquela época existiam ativistas que viriam a se tornar seguidores de Trotsky no Brasil e não tive o menor sucesso. Os futuros primeiros trotskistas brasileiros como o cearense Lívio Xavier e o pernambucano Mário Pedrosa estavam com seus 11 anos de idade. Muito difícil crer que os meninos introduziram o mancebo Ho Chi Minh na vida do mal caminho.

Nem de longe podemos afirmar que não existam trotskistas (ou pseudo-trotskistas) tanto no passado como no presente que embora tenham dito ou ainda digam que a prostituição seja um mal que escraviza e coisifica as mulheres, tenham sido clientes da prostituição. Seria no mínimo ingenuidade de minha parte. Aliás creio que seja até fácil associar o trotskismo ao episódio em função do tipo de militância que a corrente gerou a partir dos anos 1970, onde o discurso da liberdade sexual é muito forte e os limites dos desvios morais são muito tênues. Mas daí a colocá-los como os "bon vivants" de 1911 é, digamos assim, esticar demais.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Seus mandatos têm dias contados. Nossa luta não. (#9circulos do rapper @emicida)


É com essa estrofe que Emicida finaliza o rap "9 circulos" que fará parte da trilha sonora do game "Max Pane 3" com tema na violência em São Paulo. O rapper manda ver no som incluindo elementos do maracatu em seu rap que passeia sem timidez sobre violência policial, pobreza, medo e corrupção. Em determinado ponto Emicida manda recado pro próprio prefeito de São Paulo, dizendo que "anóizcabe odiar inimigos do povo viu kassab".

Aperta o play e escuta o som.



9 círculos.

Parece crack, mas é só a insegurança,
Fu inessa, com a peça, o bico gansa,
Estressa, é claro, cansa,
Whiskey, neon, pouca luz, ela dança,
Tô eu e meus demônios como sempre,
O cigarro, uma da quente, sem fé,
Tudo que fala- mente,
Fundo do poço, é osso, e o dono da dor sente,
Amor, busquei, tipo samba dolente,
A luz camba, a perna bamba,
Dependente, uma cruz no plexo, reflexo deprimente,
Por entre os dedos a vida ía,
Tipo água da pia, fria, ave maria,
Mano, um ser humano, em estado desumano, zuado mano,
Qual orixá me passa um pano? 2012, é o mundo se acabando, e foda-se,
...
Avisem que o céu está ruindo,
O que é pior, chegar no fundo ou continuar caindo?

Quantos infernos cruzei?passei, sem anjo pra cantar,
Quanto mar atravessei?segui, sem luz pra guiar,

Ouvindo só click-clack-click-clack--boom!

Policia aqui, mata mais que tuskegee
Assassinos free, povo calmo como kenny g
Gueto tipo nd
Bico treme se ver que ainda somos public enemy
É 1, 2 pra explodir
Pick do re mi e boooom
Acabou, sem zoom de câmera
Da câmara, dor é o que chega pra nóiz
Quebrada, é bomba de efeito moral
De quem num tem moral pra falar nada
Coturnos escuros, soturnos futuros
Me enturmo nos muros me enfurno e juro
Que vou cobrar com juros
Sou jogo duro, sem furo, puro, apuro num aturo
Seguro eu me curo, contra os ideal obscuro,
Do governo, cartel ou clã
Meu papel é ensinar o povo a dizer hã-hã
Sem abrir pernas como que dança can-can
Anóizcabe
Odiar inimigos do povo viu kassab
Queimam favelas, controlam a midia e distorcem a informação
Seus mandatos têm dias contados
Nossa luta não

Sarkozy admite que deixou a França na merda #merde #Sarko


É isso mesmo que você está lendo. O futuro ex-presidente da França abriu o coração na noite de seis de maio aos seus assessores sobre sua derrota nas urnas para o "socialista" François Hollande e admitiu que seu consolo é que Hollande administrará um "monte de merda". Nada como reconhecer a própria obra.

Leia aqui.

#Mafalda e #Miguelito: esperando alguma coisa da vida (tirinhas)