terça-feira, 29 de novembro de 2011

Salário mínimo: 14% em cima de muito pouco é quase nada ou menos ainda


O novo mínimo de R$ 622,73 está nas manchetes dos principais jornais do país ressaltando-se o aumento de 14,3% para 2012 dando fôlego ao discurso do "enriquecimento" cada vez maior das classes despossuídas, da "ascensão social" que tira milhares da linha da miséria e todo o restante de argumentos desse naipe. Agora me permitam perguntar: Dá pra uma família de 4 pessoas viver dignamente com R$ 622,73 por mês? Sério?

Façamos uma conta simples para verificar o quanto isso significaria em gasto por integrante da família por dia:

R$ 622,73 / 4 pessoas / 30 dias =  R$ 5,18 por dia.

Dá pra encarar? Alguém em sã consciência acredita que com pouco mais de R$ 5,00 é possível cumprir o preceito constitucional que fixa o salário minimo como:
"capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim" 
Tudo isso aí com cinco reais diários por pessoa? É claro que não.

Segundo o Dieese o salário necessário em outubro de 2011 para atender o que determina a Constituição Federal deveria ter sido R$ 2329,94 e durante todo o ano o valor calculado pelo Departamento se manteve nesse patamar, atingindo em outubro seu ponto mais alto ano até agora como se pode perceber no gráfico abaixo:


Perceba a desproporção. Se é bem verdade que há sim uma sensação de bem estar na maioria dos assalariados em função da suposta recuperação do salário mínimo, mais verdade ainda é que o assalariado brasileiro vive muito abaixo da linha do mínimo de dignidade e os governos Lula/Dilma quase nada contribuíram para mudar isso.

domingo, 27 de novembro de 2011

Mais uma vez: 10% para educação? E resolve?


Dois bons amigos me questionaram sobre meu post sobre minha posição sobre os 10% da educação o que acabou por me motivar a escrever novamente sobre o tema. Bem, insisto, acho uma campanha deslocada e descolada da realidade.  Em primeiro lugar, a forma plebiscitária me parece errada. Em segundo, o próprio tema não me parece o mais sentido pela grande maioria do povo: a classe trabalhadora. Vou tentar desenvolver um pouco mais o assunto partindo dos questionamentos que me fizeram.

Um deles me disse que o plebiscito é bom para fazer a propaganda além de proporcionar a agitação sobre o assunto. Não tenho como concordar. Propaganda se faz com palestras, debates, cartilhas, seminários e um monte de outros instrumentos em que se possa explicar pacientemente os motivos da campanha. Como diria o marxista argentino Nahuel Moreno, é difundir "muitas idéias a poucas pessoas". Já a agitação se faz com a massificação, ou pelo menos a tentativa de massificação, de um pequeno conjunto de idéias. "Poucas idéias a muitas pessoas", diria Moreno. Ambas as atividades, agitação e propaganda, estão relacionadas. Agito minhas idéias para em seguida tentar fazer uma propaganda delas cada vez maior. Faço cada vez mais propaganda para em seguida realizar agitações ainda maiores.

Um plebiscito não me parece o instrumento ideal nem pra uma coisa, nem pra outra. Isso porque fundamentalmente ele coloca uma tarefa clara para seus organizadores que é a de colher voto. Não se faz um plebiscito pra não se colher voto ou do tipo, "já sabemos que não vai ter muito voto mas vamos fazer mesmo assim". Não faz sentido! É puro movimentismo. Ainda que tivesse um caráter um pouquinho mais amplo como dissemos anteriormente, vá lá. Mas com tão poucos organizadores envolvidos...

Se sou um estudante de uma escola e quero fazer um plebiscito sobre um tema que interessa a toda a escola e só tenho força para colher os votos de uma pequena parte de meu colegas de sala, do que me adiantará fazê-lo? Posso até dizer pros meus 3 ou 4 "seguidores" que se juntarem a mim na empreitada que "fizemos a nossa parte" tal como a fábula do beija-flor. Mas honestamente não será isso que teremos feito. Teremos desperdiçado tempo e energia, não atingiremos o objetivo e no fim das contas só alimentaremos o sentimento de que é impossível mudar as coisas ou de que a culpa é da ignorância dos estudantes que não votaram no meu plebiscito.

Já meu segundo amigo me questionou sobre o teor de meu post em que eu teria afirmado que a campanha seria "algo dentro do sistema, limitado, na prática, que não teria importância..."

Bem, não foi isso que eu disse. Se dei a entender isso imagino que tenha sido porque não desenvolvi o suficiente. Em minha cabeça, blog não é lugar para textos longos. E este aqui já está quebrando a minha regra. Mas prossigamos...

Que é "dentro do sistema" e "limitado", é. Mas isso nunca foi motivo pra não se lutar por aumento salarial por exemplo. Agora não é porque aumento salarial é justo que vou simplesmente propor uma greve.  A pergunta que eu deveria fazer é  "qual o sentimento da categoria?", "os trabalhadores me seguirão se eu propuser uma greve por aumento salarial?". Então não é só o instrumento (greve ou plebiscito) que conta. A "palavra de ordem" certa é ainda mais importante.  Posso passar o ano dizendo que é preciso fazer greve por conta de salário e a greve não sair do lugar e de repente porque um colega de trabalho acidentou-se, foi agredido por um superior ou foi demitido injustamente, a greve pode estourar como uma verdadeira bomba H.

O que não entendo é o que faz com que se escolha o tema dos 10% para educação como sendo algo capaz de tocar corações e mentes da grande maioria dos trabalhadores. Por que isso e não "mais verbas para a saúde pública" ou "redução da jornada já"? Não entendo. De repente posso ser eu o deslocado. Mas para mim parece puro impressionismo com a onda de greves pelo piso dos professores que correu o país, temperado com um leve desejo de estar no Chile, onde estudantes, professores e pais de alunos realizam greves e mais greves contra os ataques do governo à educação.

Por fim poderiam me dizer que está pra ser votado o PNE e por isso a campanha tinha que ser essa e tinha que ser agora e pronto. Bom... acabou de ser votada a prorrogação da DRU que permite ao governo tirar 20% do orçamento, inclusive da educação, para usar como bem entender e nada foi feito.

Então termino este post voltando à pergunta que deu nome ao anterior: Dez por cento para a educação? E resolve?

sábado, 26 de novembro de 2011

Tudo que quero é a verdade (Jonh Lennon)


"Gimme Some Truth" é uma canção de John Lennon lançada no álbum Imagine de 1971. No começo dos anos 1970 os EUA estavam metidos na guerra do Vietnã e uma onda de protestos dentro do solo ianque correu o país e teve em Lennon um de seus trovadores. Em "Me dê somente a verdade", Lennon expressa sua indignação com os políticos enganadores e em especial com o presidente Nixxon a quem se refere como "Tricky Dick" (complicado e questionável). Aos partidários de Nixxon e apoiadores da Guerra chama de "nuerotic-pyschotic-pig headed" (cabeça-de-suíno, neuróticos e psicóticos), "short haired-yellow bellied son of tricky dicky"(filho de um Tricky Dicky, de barriga amarelada e cabelinho curto) e de "condescending-mommies little chauvinists" (chauvinistazinhos condescendentes da mamãe).

Segue video com a interpretação de Pearl Jam e a tradução da letra para o português.


Estou cansado de ouvir coisas vindas
de hipócritas estressados, míopes e intolerantes.
Tudo que quero é a verdade.
Me dê só um pouco da verdade.
Estou farto de ler coisas vindas
de políticos de cabeça-de-suíno, neuróticos e psicóticos.
Tudo que quero é a verdade.
Dê-me um pouco da verdade.

Nenhum filho de um Tricky Dicky,

de barriga amarelada e cabelinho curto
vai poder me amamentar, me ensaboar
por um simples maço de otimismo,
de dinheiro para drogas
e de dinheiro para uma corda.

Eu estou enjoado de ver coisas vindas

de chauvinistazinhos condescendentes da mamãe.
Tudo que eu quero é a verdade.
Dê-me um pouco da verdade, agora.
Estou farto de assistir cenas
de primeiras-damas esquizofrênicas, egocêntricas e paranóicas.
Tudo que eu quero é verdade, agora.
Dê-me um pouco da verdade.

Nenhum filho de um Tricky Dicky,

de barriga amarelada e cabelinho curto
vai poder me amamentar, me ensaboar
por um simples maço de otimismo,
de dinheiro para drogas
e de dinheiro para uma corda.

O dono da bola (Mário Lago)


Quando o Juca concordava
A garotada tomava
Conta da rua e armava
O campo de futebol.
Juca era o dono da bola.
Juca era o dono do jogo
Fazia o que bem entendia
E quando alguém discutia...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.

Na hora de escolher o time
Era o Juca quem primeiro dizia
Os meninos que queria
Pro time dele.
Se o capitão do outro time
Discordava,
O jogo nem começava.
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.

A garotada corria
De um lado para o outro.
Dribla daqui, chuta pra lá,
Passa para ali, cabeceia prá cá...
Juca ficava sentado
O tempo todo. Mas na hora
De fazer gol se mexia.
Corria e gritava:
“Passa que quem faz gol sou eu”.
E se o outro não passava.
Ou se chutava e marcava
O gol que o Juca esperava...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.

Todo gol que o outro time
Fazia era anulado.
Ou tinha sido com a mão
Ou impedido. Anulado.
O Juca dava rasteira,
Canelada, cabeçada,
Aleijava a garotada
E o juiz não marcava nada.
O tranco mais delicado
Dado no Juca era pênalti
E quando alguém discordava...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca.

Juca era o dono da bola
Um dia o Alfredinho achou
Que aquilo era desaforo.
Driblou o primeiro, driblou o segundo,
Driblou o terceiro, o quarto...
O Juca xingou a mãe dele.
Ele meteu a mão no Juca
(A garotada ficou espantada).
O Juca avançou pra ele,
Ele tornou a dar no Juca
(A garotada ficou animada)
O Juca avançou outra vez.
Ele então jogou o Juca no chão
(A garotada foi toda em cima do Juca)

Quando Alfredinho voltou pra casa
O pai estava se queixando
Que o dinheiro que ganhava
Não chegava
pra alugar outra casa
ao menos com mais um quarto
pra botar seus nove filhos;
para comprar mais comida,
feijão pra seus nove filhos;
para comprar umas roupas
pra vestir seus nove filhos;

- Papai, por que o dinheiro
Que você ganha não chega?
- É pouco.
- Por que é pouco?
- Porque o patrão paga pouco.
- Papai por que vocês Não pedem mais ao patrão?
- o patrão despede a gente,
A gente fica sem pão.
- Por que que o patrão despede?
- Porque ele é o dono das fábricas,
Porque ele é dono das máquinas.
- Papai,
Por que vocês
Não fazem com ele
O mesmo que nós fizemos com o Juca?
- Quem é o Juca?
- Juca era o dono da bola.
- Que foi que vocês fizeram?
- Tomamos a bola dele."

Cuidado com os que dizem (Jorge Luís Borges)



Cuidado com os que dizem
que a arte não deve propagar idéias políticas
eles ese referem apenas
às idéias políticas contrárias às suas.

E se nada acontecer? (Antônio Pinto de M. Filho)



E se nada acontecer?

Se os rostos deformados e os mendigos,
os olhos famintos e as mãos que interrogam,
a carne que sangra e afoga os desejos;
Se tudo isso se transformar em
cinza e ausência e a vida acenar ainda?

E se o silêncio pesar sobre o grito de angústia,
se a esfinge recolher seu sorriso transfigurado,
se todos os sonhos forem abortados...
e se nada acontecer?

E se tudo isso não tiver a menor importância?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mestres do universo, uni-vos (charge)

Manifestação das corporações em Wall Street. Nos cartazes:
- FIM DA OCUPAÇÃO JÁ! - Libertem Bernie Madoff!
- Dê uma chance à ganância -1% = Minoria oprimida!
Mais em Otherwords.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Liderança do Movimento Xingu Vivo Para Sempre fala sobre Belo Monte e a situação de Altamira


Via Lingua Ferina

Sakamoto pergunta: Qual a pior empresa no Brasil em 2011?

Acabei de ver que o Sakamoto abriu um post de enquete em seu blog sobre as piores empresas para se trabalhar no Brasil no ano de 2011.

Uau! Essa é difícil. Mas é excelente e mereceria inclusive uma premiação às avesas do GPTW ultimamente tão em voga, mais pelo marketing do que pelo bem estar das pessoas. Mas se existe hipocrisia nos interesses das empresas que participam de pesquisas como essas, tal como existe hipocrisia nas empresas preocupadas com o meio-ambiente, pior ainda são aquelas que não estão nem um pouco interessadas em sequer vender a imagem de boazinhas para seus "colaboradores". Elas são perversas mesmo e ponto final.

E enquanto não há nenhuma premiação no estilo (pelo menos pelo que eu saiba) vale participar da enquete do Sakamoto. Para ajudar seguem três excelentes candidatas que já mereceram postagens aqui no blog:

Zara


Em agosto deste ano a grife internacional Zara foi pega com a boca na botija explorando trabalho escravo de mão de obra peruana em "ateliês" na Grande São Paulo. Durante o mês de setembro os donos da multinacional vieram ao Brasil "pedir desculpas".

Para saber mais:
McDonald's


O trabalho semi-escravo imposto pela rede fast-food estadunidense é tema de um minidocumentário promovido pelo SINTHORESP que circula redes sociais. O documentário apresenta funcionárias falando sobre o ritmo de trabalho, a humilhação aos trabalhadores e os baixos salários (menor inclusive que o salário mínimo).

Para saber mais:
Oderbrecht

A construtora Oderbrecht é a responsável pela construção da estádio "Arena Pernambuco". Lá, os operários fizeram mais de uma greve este ano em função do assédio, maus-tratos e desrespeito às leis trabalhistas, demitindo inclusive cipeiros. A empresa também conhecida pela truculência com que trata os trabalhadores.

Para saber mais:

domingo, 20 de novembro de 2011

Banksy na Palestina

O video mostra Banksy em ação no muro sionista em Gaza. Durante a noite o grafiteiro pinta o jovem atirador de buquês de rosas e em plena luz do dia deixa na parede a garotinha voando com balões.

 

A espetacular arte subversiva de Banksy

Já havia me deparado com um ou outro grafite de tom crítico em fotos publicadas pela web mas ao dar de cara com Mickey Mouse e Ronald McDonalds de mãos dadas com a menina Kim Phúc não tive como ignorar a espetacular arte subversiva de Banksy. Não é qualquer um que conseguiria captar a essência de uma imagem tão trágica e traduzi-la tão nitidamente. Mickey e Ronald sorridentes conduzindo a desesperada Kim Phúc como se conduzissem o próprio Vietnã para as mãos do capitalismo. Em uma única palavra: Brilhante.


Banksy é um grafiteiro britânico nascido em 1974 que utiliza da técnica de estêncil marcando paredes por todo o mundo com sua arte pra lá de ácida. Vários de seus grafites estão por exemplo no muro de Gaza. Em um deles uma garotinha sobe pela parede usando balões, meio que tentando fugir da tirania sionista. Em outro um garoto teria acabado de pintar uma escada no muro para tentar chegar ao outro lado.

Seu traço crítico tem alvos que via de regra se repetem, e entre eles está a figura da autoridade, que é questionada através de guardas britânicos se beijando, do garoto estourando um saco atrás do atirador de elite, da escolta policial ao carro de rosquinhas ou do tira cheirando uma fileira de coca no chão.

São muitas obras pra lá de inusitadas e é difícil dizer qual a mais marcante, mas não tenho medo de dizer que a da pequena Kim Phúc está com certeza entre elas.

Segue uma seleção de imagens da obra do grafiteiro mais conhecido do mundo.










sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

É a gota d'água: atores globais contra Belo Monte

São 5 minutos de muita informação sobre o desastre da Usina de Belo Monte com a participação de nada menos que 19 atores globais, entre eles: Ary Fontoura, Cláudia Ohana, Maitê Proença, Marcos Palmeira e Murilo Benício. Vale muito a pena assistir:

Papa beija boca de imã do Egito em campanha da Benetton

A United Colors of Benetton é conhecida por suas campanhas publicitárias polêmicas e deslumbrantes. A que foi lançada nesta quarta-feira, dia 16/11/11, chama-se UnHate (deixe de odiar) e reproduz montagens entre líderes políticos e religiosos se beijando. O presidente dos Estados Unidos teve direito a duas peças da campanha, uma beijando Hu Jintao e outra beijando Hugo Chávez. A campanha usa ainda as imagens de Angela Merkel, Sarkozy, Netanyahu, Abbas e outros. Mas com certeza a mais polêmica,  e obviamente a minha preferida, é a de Bento XVI largando aquele beijaço no Imã do Egito.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os 29 grandes demais para quebrar no mundo


A reunião da cúpula do G20 ocorrida no início de novembro, apesar da declaração de "sucesso relativo" da presidente Dilma, obviamente não apontou saída alguma para a crise econômica mundial. Aliás a perspectiva é tão pessimista que a chanceler alemã Angela Merkel já fala em 10 anos para a Europa se recuperar enquanto Christine Lagarde, diretora geral do FMI, já resgata dos anos 1980 a expressão década perdida para se referir a situação da economia mundial.

E o que significa isso? Dez anos pela frente de "planos de austeridade", leia-se ataque aos direitos sociais dos trabalhadores, e "planos de emergência" para socorrer aos grandes grupos econômicos. Não é a toa que o G20 listou os 29 grandes demais para quebrar. São bancos espalhados por todo o mundo que se falirem levam muitos outros como um verdadeiro efeito dominó.


Segue a lista das inquebráveis:

  • Alemanha: Deutsche Bank, Commerzbank
  • Bélgica: Dexia
  • China: Bank of China
  • Espanha: Santander
  • Estados Unidos: Bank of America, Bank of New York Mellon, Citigroup, Goldman Sachs, J.P. Morgan, Morgan Stanley, State Street e Wells Fargo
  • Reino Unido: RBS, Lloyds, Barclays, HSBC
  • França: Crédit Agricole, BNP Paribas, Banque Populaira, Société Générale
  • Holanda: ING
  • Itália: Unicredit
  • Japão: Mitsubichi UFJ, Mizuho, Sumitomo Mitsui
  • Suécia: Nordea
  • Suíça: UBS, Crédit Suisse

E enquanto elas não quebram, o povo, que segundo Justo Veríssimo é um "mero detalhe", é quem paga a conta.

"Isso é tudo culpa sua..."

Especialistas para os pobres:
"Isso é tudo culpa sua... você comprou uma casa que você realmente não poderia pagar"
Via Steve Greenberg illustrations.

domingo, 13 de novembro de 2011

Dez por cento para educação? E resolve?

Assisti esses dias um video muito bem elaborado sobre uma campanha que ocorre agora em novembro reivindicando que sejam destinados 10% do PIB nacional para a educação pública. Ei-lo:


Bem feito não? Muito bacana a idéia de usar a animação a partir de desenhos feito por uma criança, além da própria narração com voz infantil e sem falar no efeito da professora Amanda Gurgel sobre a folha de papel pautada. Com certeza, merecem parabéns os idealizadores do video.

Mas deixando o trabalho bem feito do video a parte, pense comigo:
1) Dez por cento do PIB para educação resolve o problema no país?
2) Aliás o problema do país se resolve simplesmente com mais verba para educação?
3) E de que vale mais verba se existe inclusive dispositivo legal para desviá-la para entre outras coisas fazer superávit? (vale ler sobre a DRU que foi recém reaprovada pelo governo Dilma).

Honestamente não concordo com a campanha. Acho deslocada e descolada do sentimento e das necessidades da maioria do povo (pelo menos da maioria dos trabalhadores). Veja bem, não é que não concordo com 10% para educação. Acho muito justo assim como acho "mais verba para saúde pública",  "salário mínimo do DIEESE", "estabilidade no emprego", "redução da jornada""trabalho igual, salário igual", entre tantas outras bandeiras tão necessárias. Mas aí pergunto: O que faz com que a campanha dos 10% para educação seja mais justa e urgente do que qualquer outra? Por que realizar um plebiscito nacional praticamente isolado? De que serve tal plebiscito nesse instante além de simplesmente desgastar a bandeira? Aí você pergunta: "Como assim desgastar?". Permita-me explicar.

Desde o começo dos anos 2000 teve início no país uma série de campanhas plebiscitárias levadas adiante pelo movimento popular, mas via de regra elas foram abraçadas, impulsionadas e construídas pelos setores progressivos da igreja. Junto com esses setores participaram o MAB, o MST, vários sindicatos da CUT, várias entidades do movimento estudantil e um largo etcétera. A campanha contra a ALCA, por exemplo, que teve direito a cartilhas, comitês, seminários preparatórios e um número enorme de iniciativas conseguiu 10 milhões, 149 mil e 542 votos. A última campanha foi feita em 2007, em pleno governo Lula, e tocava em quatro temas: a reestatização da Vale, pagamento de juros da dívida externa, o barateamento da energia elétrica para as grandes empresas e a reforma da previdência. Nesta foram 3 milhões, 729 mil e 538 participantes. E isso com uma campanha de muitos setores. Já quando vamos no blog da campanha dos 10% não vemos setores da igreja, não vemos MAB, MST, parlamentares da esquerda, sindicatos cutistas, UNE, UBES... pergunto: É sério que era o momento para levar adiante um plebiscito desse? É esse o tema mais sentido pela maioria do povo brasileiro? Não seria o caso de lutar pela carreira dos professores que entram em greve aqui e acolá? Ou quem sabe fazer um chamado pela unidade dos trabalhadores da construção civil que vão se matar de trabalhar nas obras da copa? Uma campanha de propaganda e agitação sobre as dívidas interna e externa não teriam um eco mais amplo?

Minha impressão é alguns irão se dedicar muito e muito, terão um resultado muito inferior aos anteriores, terminarão novembro cansadíssimos e ainda assim vão achar que fizeram a sua parte. Os reacionários vão simplesmente se deleitar com o resultado pífio, ou mesmo nem perderão tempo falando sobre isso.

Que pena.

sábado, 12 de novembro de 2011

"Só a leitura salva"


Achei o video acima espetacular. Não exatamente pela mensagem mas pela forma criativa com que foi pensado e executado. Não que eu não esteja de acordo que a leitura seja importante, mas daí a afirmar que "só a leitura salva" e que a responsabilidade para estimular a leitura está nas mãos de quem gosta de ler... Aí não dá.

Pra falar a verdade considero inclusive que a comunicação escrita é algo absolutamente passageiro na história da humanidade. Acho os vlog's, minidocs e afins, por exemplo, espetaculares e acredito que precisam ser explorados cada vez mais. A escrita é uma técnica criada para garantir a comunicação, mas a forma natural de comunicação do ser humano não é a escrita, é a falada. Na África pré-colonização européia a história sempre foi passada de forma oral entre gerações sem a necessidade propriamente dita da escrita.

Isso quer dizer que não devemos estimular a leitura? Claro que não. Muito pelo contrário. É preciso universalizar a leitura. Mas não se faz isso sem acabar de uma vez por toda com o analfabetismo. E não se alfabetiza universalmente sem política governamental para tanto.

De toda forma o video é muito bacana.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"A carne mais barata é a carne negra..." (*)

Ouvi semana passada Elza Soares cantando "A carne" no Grêmio Recreativo. Já conhecia "A carne" na voz de Seu Jorge, mas devo dizer que a voz estridente de Elza dá a essa música um roupagem toda especial. Somada ainda à incursão do Emicida ficou simplesmente fantástico. Pelo menos, eu achei. :)


(*) Post reeditado neste dia 29/11/2013 já que o video postado originalmente havia sido removido.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Índio não quer terra...


Na útlima segunda-feira, dia 08/11, o ministro "comunista" do esporte Aldo Rebelo pediu à FIFA que reserve cota de ingressos para a copa 2014 para os povos indígenas. O jornalista Leonardo Sakamoto não deixou por menos e escreveu em seu blog hoje o excelente post "O que os índios preferem: Terras ou ingressos para copa?" Inspirado pela pergunta do jornalista e pelo pedido do ministro, projetamos a resposta que está aí em cima.

Procurando armas nucleares (charge)

Já chega, Vanunu! Você não pode ver que estamos ocupados?

Senado experimenta um verdadeiro "choque de democracia"


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Truculência, teu nome é Senado.

O senado federal foi palco nesta terça-feira, dia 08 de novembro, de um espetáculo absurdo de truculência por parte da segurança da casa. Após ter levado uma gravata, até quase desmaiar, o estudante Raphael tenta se libertar quando é imobilizado por uma arma taser. A cena é absurda e suja ainda mais, se é que é possível, a imagem do senado.