quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Trotsky e a Frente Popular

"No momento atual, a questão das questões é a Frente Popular" escreveu Leon Trotsky em 1936. A crise econômica mundial varria toda a Europa capitalista. A Alemanha marchava desde 1933 sob a bandeira do fascismo hitleriano. A Espanha estava às portas da guerra civil entre os fascistas de Franco e o governo frente-populista de Manuel Azaña. Na França o partido socialista de Léon Blum, ao lado do partido comunista de Maurice Thorez e do partido radical-socialista de Edouard Daladier recém haviam ganho as eleições presidenciais. A questão das questões era sem sombra alguma a Frente Popular.

Banido da URSS desde 1928 e exilado na Noruega desde 1935, Trotsky não poupou esforços para ajudar seus partidários a encontrar o justo caminho do enfrentamento com a frente popular francesa. Tinha em seu currículo a autoridade histórica de quem havia enfrentado o governo de coalizão de classe russo de 1917, antes mesmo que esse tipo de governo tivesse ganhado o nome de Frente Popular. As inúmeras cartas do ex-comandante do exército vermelho fazem parte de uma compilação conhecida como "Aonde vai a França?" que nos dá uma verdadeira aula sobre como aqueles que buscam a revolução social devem se portar diante de governos como esses.

Apesar de todo seu esforço, os anos 1930 passaram por sobre a dedicação do velho Leon como um locomotiva desgovernada rumo ao ápice do fascismo europeu com a segunda guerra mundial, e seu próprio assassinato, no México pela picareta stalinista. Mas a obra de Trotsky segue viva, extremamente rica e muito mais que atual. "A questão das questões" ainda está colocada no cenário mundial e até por isso é preciso estudar Trotsky.

Em 1982, o trotskista francês Jean Paul Jubert, escreveu o texto “Trotsky et le Front Populaire” para o “Cahiers Leon Trotsky N.º 9” que compõe um importante aporte aos que pretendem conhecer um pouco sobre o tema.

Para os interessados segue o link para o texto traduzido para o espanhol. Boa leitura.

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