Mas afinal de contas por que as coisas não emplacam por aqui? Estará o Brasil fadado a não ter mais grandes manifestações? O "gigante pela própria natureza" adormeceu de vez? Terá sido o "Fora Collor" o suspiro final dos grandes enfrentamentos nacionais? Não... é claro que não.
O fato é que não se fazem grandes protestos e manifestações simplesmente pelo andar de cima via controle remoto. Não é um twittaço, um evento no Facebook ou uma hashtag, por mais justa que seja, que levará as pessoas às ruas. O que move milhares para ocupar praças e avenidas são as condições precárias de vida, atualmente ainda mais agudizadas pelos efeitos da crise econômica. Algumas das frases que se pode ler nas muitas placas erguidas pelos manifestantes nas ruas de Wall Street dizem "lost my job, found an occupation" (perdi meu trabalho, achei uma ocupação), "i want to work" (eu quero trabalhar), "we want jobs not cut" (queremos trabalho e não cortes) e "jobs with justice" (empregos com justiça). É emprego, salário e direitos básicos, como um sistema de saúde público, que move os estadunidenses. Assim como é emprego que move os espanhóis, italianos e principalmente os gregos que demonstram isso mais claramente que qualquer outro povo com as suas inúmeras greves radicalizadas uma atrás da outra. As redes sociais não passam de ferramentas, muito importantes, mas simples ferramentas.
Embora a hashtag #occupy exista para todos, o crescimento desenfreado do desemprego ou mesmo da inflação não é igual em todo mundo nem uma realidade no Brasil. Pelo menos por enquanto.
Por mais que os amantes das máscaras de Gui Fawkes desejem ver ruas e praças ocupadas quem sabe na luta contra a corrupção, o mais provável, é que isso não saia do mundo dos desejos, por mais que apresentadores como Marcelo Taz convoquem o povo para tanto.
Isso vai ficar assim pra sempre? Existem razões pra acreditar que não mas serão a longevidade da crise econômica e as atitudes do governo que dirão.
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