domingo, 9 de setembro de 2012

@CarlosLatuff não quer desenhar passarinhos...


O programa Globo News em Pauta entrevistou Carlos Latuff no último dia 30 de agosto. Em sua participação Latuff apresentou-se como um "artivista" sem a menor intenção de ser "engraçadinho" e completamente a serviço da transformação social. E como tal se portou Latuff durante toda a entrevista, trazendo à tona o tema do anti-islamismo e da causa palestina quando perguntado sobre o holocausto, apresentando Joe Sacco e Naji al-Ali como referências artísticas e criticando a democracia brasileira.

Durante a entrevista algumas charges de Latuff foram apresentadas. Entre elas algumas sobre a situação da repressão no Egito, a violência policial no Brasil, as mortes pelo latifúndio latino-americano, etc. A crítica a Eduardo Paes e à Dilma foram mostradas também na forma de charge, uma sobre o corte de verbas para a previdência e outra sobre as verbas para a grandes empresas. Uma entretanto que me chamou a atenção por ter sido mostrada pela Globo foi a de um aparelho de TV beijando a mão de um empresário representando a mídia de uma forma geral atuando a serviço do poder econômico. Uma crítica nada sutil que as organização do senhor Roberto Marinho simplesmente deixaram passar.

Abaixo segue o video publicado pelo próprio Latuff em sua conta no YouTube.

5 comentários:

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    1. Também achei bacana embora tenha achado interessante nenhuma charge referente ao PSDB ter sido exibida (coisa que não falta na obra de Latuff).

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  2. ele não tem receio (e nem vergonha) de se posicionar contra o senso comum.

    hoje em dia, isso não é pouca coisa.

    o cartunista é um crítico (ele pode abdicar desse papel, claro, mas charges são críticas). e o humor é também uma forma de se fazer crítica social e política.

    ele enrolou um pouco pra sair da provocação sobre o genocídio dos judeus e os jornalistas evitaram outras questões polêmicas (ou acreditam que a questão judaica seja a única mesmo).

    não posso negar, tenho um pé atrás com o islamismo e com a cultura muçulmana. reconheço que um tanto disso tem a ver com o desconhecimento. e acredito que críticas não devem ser sempre confundidas com fobia (que é real, existe de fato, eu sei).

    isso nos leva àquilo que te falei outro dia: mesmo que caiam as fronteiras, seríamos capazes de conviver em paz?



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    1. Oi Cora,

      Pra falar a verdade, tenho um pé atrás com todas as religiões. Mas entendo que o movimento anti-islâmico que ronda a Europa é de cunho fascista e isso precisa ser combatido.

      Sobre "conviver em paz" esse é um tema bem profundo. A questão é o que provoca a guerra? Se esvaziamos as causas temos condições de aumentar nossa capacidade de evitar as conseqüências. Então se não temos propriedades, não temos religiões, não temos países nossa capacidade de evitar guerras é muito superior do que a atual.

      Se a história nos trará outros desafios que assim seja. Mas por hoje esses são os que temos, ou pelo menos os principais entre os que temos.

      Abraços

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  3. religião é tenso mesmo. na verdade, o problema maior, acredito, são as instituições religiosas.

    reconheço o movimento anti-islâmico, mas há críticas pertinentes a serem feitas, que não deveriam ser jogadas na vala comum e detestável do preconceito e da intolerância.

    a convivência é uma via de mão dupla. não dá pra exigir respeito de apenas um lado.

    a luta por poder provoca a guerra. sempre foi assim. arrisco dizer que sempre será.

    como eliminaríamos as religiões e os países? impossível num mundo de bilhões de seres humanos. pessoal briga até por seguidores do twitter!!

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