sábado, 29 de setembro de 2012

Sinto informar mas propostas não movem nem ganham eleições. #eleições

Qual a principal proposta do seu candidato? E a do principal oponente do seu candidato? Você sabe? Bem... se você souber responder a isso e ainda por cima souber explicar por que raios a proposta de seu candidato é melhor do que a dos outros, então você é uma raríssima exceção à grande maioria dos eleitores aqui, em qualquer lugar do país, ou até mesmo, eu me arrisco a afirmar, em qualquer lugar do mundo. Quer saber? Propostas não movem, nem muito menos ganham eleições.

Possivelmente a última vez que alguma proposta ou um conjunto delas moveu alguma eleição foi aquela que levou um ex-metalúrgico à presidência do Brasil. Você lembra? Não? Eu lembro. Naquela campanha de 2002, o então candidato petista aparecia na TV dizendo que em quatro anos seriam gerados 10 milhões de emprego; o poder de compra do salário mínimo seria dobrado; a jornada de trabalho diminuiria de 44 para 40 horas; as pessoas teriam direito a no mínimo 3 refeições por dia; a reforma agrária seria feita de uma canetada; e um largo etcétera. Como se pode ver não faltavam propostas.

Em uma das peças publicitárias, muito copiada hoje em dia, o candidato circulava em uma sala cheia de mesas com 4 ou 5 pessoas em cada uma delas, dando a entender que tinha muita gente trabalhando em seu programa de governo. O PT e Lula conheciam muito bem o quanto o discurso reacionário do "não tem propostas" e do "só sabe ser do contra" sempre pesou sobre toda a esquerda. Era preciso construir outra imagem e foi exatamente isso que foi feito: a construção de uma imagem ao melhor estilo do marketing eleitoral. Não é a toa que Duda Mendonça foi contratado para fazer a campanha acontecer.

E como não era de se estranhar, as tais propostas se revelaram como as velhas promessas de sempre, espalhadas e repetidas milhares de vezes durante as campanhas para tornarem-se peças de arquivo morto logo após as eleições. No caso de Lula, os 10 milhões de emprego em 4 anos transformaram-se em 4,8 milhões; o mínimo que deveria ter alcançado R$ 580,00 ao final de 2006 para cumprir como o proposto chegou a somente R$ 350,00; quanto a jornada de trabalho, as 3 refeições diárias e a reforma agrária... essas não precisa nem dizer o que aconteceu. Ou precisa?

Sejamos francos. As pessoas não se movem pelas propostas. Até mesmo porque no fim das contas todo mundo propõe a mesma coisa, alguns com mais exagero que outros é verdade, mas é sempre a mesma coisa: postos de saúde abertos 24 horas, escola de tempo integral, transporte público de qualidade, obras a perder de vista, respeito ao servidor, etc, etc, etc e um pouco mais de etc. Não é assim? E o que move as pessoas afinal? Eu diria que é a emoção move as pessoas. Seja ela de confiança, seja ela de medo, seja ela de apatia é a emoção que move as pessoas. Um amigo psicólogo marxista me diria que é o afeto a força motriz das pessoas. Elas precisam se sentir afetadas de alguma forma para se posicionarem. Bem, eu concordo com ele. E como afetar tanta gente? Aí é que via de regra o que conta é a força da grana. E de onde está o dinheiro? Nas mãos de grandes empresários. E como todos sabemos empresário não doa, investe. E a fatura sempre é cobrada normalmente com juros e correção monetária.

E essas são as tais eleições democráticas.

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